O silêncio dos revolucionários, quando não se pode calar, é o canto vitorioso do capital!
Rechaçamos a intervenção imperialista na Líbia. Depois do Afeganistão e do Iraque, este país africano virou a bola da vez. Assim como o golpe de Estado em Honduras e a invasão do Haiti pelos EUA, agravando a ocupação militar já iniciada pela ONU sob o comando do exército brasileiro, também a atual ofensiva sobre o povo líbio tem a marca da gestão Obama, uma cínica e cruel agressão colonialista com fachada “humanitária”.
Os levantes em andamento nos países árabes deixam claro que o povo nas ruas rechaça as ditaduras e o messianismo religioso com o qual a imprensa ocidental e capitalista tentou lhes associar.
Em meio a um processo de rebelião generalizada em vários países no norte da África e no Oriente Médio, o imperialismo tenta tirar proveito da situação e se articula com a reacionária oposição monarquista e ex-membros do governo Kadafi para criar supostas forças revolucionárias na Líbia, o chamado Conselho Nacional de Transição, o qual reivindica a invasão imperialista contra seu próprio povo e comemora os bombardeios estrangeiros sobre seu país.
Agora, por meio do ataque militar escancarado da OTAN fica claro que o objetivo é a recolonização do país que detém as maiores reservas de petróleo do continente africano. Vale destacar que nos últimos meses, a ONU dividiu o Sudão através de um plebiscito fraudulento e, em “defesa da democracia”, realizou um golpe de Estado e invadiu militarmente a Costa do Marfim para derrubar um governo que ameaçou nacionalizar os bancos e que nacionalizou a produção de cacau do país (a Costa do Marfim é o maior produtor de cacau do mundo). A crise econômica abriu o apetite das distintas potências imperialistas para estabelecer uma nova partilha colonial da África e do mundo árabe.
A propaganda de guerra “humanitária” de Obama confundiu uma série de organizações de esquerda que foram às ruas protestar contra a “guerra ao terror” de Bush no Afeganistão e no Iraque. Agora, estas organizações têm receio de que a condenação contundente ao ataque coordenado pela OTAN possa ser lido como respaldo às supostas atrocidades de Muamar Kadafi contra os ‘rebeldes’.
É preciso barrar a máquina de guerra imperialista em qualquer circunstância e local. Todavia, condenar o imperialismo não significa apoiar politicamente o governo Kadafi.
Se o imperialismo sair vitorioso em mais esta agressão, será fortalecida a política de fazer os trabalhadores pagarem a conta da crise econômica capitalista que, no Brasil, se expressa pelo corte de gastos públicos, ajuste fiscal e arrocho salarial dos trabalhadores realizados pelo governo Dilma.
É preciso derrotar o imperialismo e seus agentes e avançar rumo à conquista de direitos civis para os imigrantes e as mulheres, direitos sindicais e de greve, expropriação das multinacionais, inclusive as construtoras brasileiras, e pela revolução socialista contra o conjunto da burguesia.
Nossas diversas posições políticas sobre o conflito na Líbia não devem impedir que as organizações e lutadores sociais que se reivindicam anti-imperialistas e anticapitalistas se somem ao Debate que será realizado no dia 21 de maio, às 17:30, no ECLA, Espaço Cultural Latino Americano. Rua Abolição, 244, Bela Vista, São Paulo (SP).
Esta atividade está a serviço de acumular forças na direção de construir a necessária unidade para realizar o primeiro ato público de rua, para exigir o fim imediato da intervenção imperialista na Líbia.
COMITÊ CONTRA A INTERVENÇÃO IMPERIALISTA NA LÍBIA